Sessão de Retratos // Wemelly

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"Ainda aqui,
Ainda você.
Agora, porém, eu sei quem você é
Quem você sempre será
E quando você me ver
Você se lembrará.

Ainda aqui,
Ainda você.
E eu espero que você me perdoe
E você, com os mesmos olhos
Parece estar voltando
Para me perguntar
Como é que eu estou
E aqui, do outro lado,
Como vão as coisas.

A grama verde, a brisa quente
Sob meus pés e sobre as flores
Sopra um vento por entre as cores
Quase como se fosse você
Mesmo que o céu mudasse de cor
Mais branco que algodão
Quão veloz ele se move
Perdido em meio ao azul

É alguma coisa em você
Algo que fará as coisas se tornarem
Como eram antes

Ainda aqui,
Você de novo.
E o que está feito, está feito agora
E com os mesmos olhos,
Você parece estar voltando
Para me perguntar
Como é que eu estou
neste mundo estranho
"Como vai?"

Você retornará. E eu retornarei."
(Elisa Tófolli)
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A Wemelly estava de passagem por São Paulo e chegou até o meu trabalho pelo Instagram.
Quando ela me perguntou "Adorei seu trabalho com retratos...quero ser fotografada por você! Como a gente faz?"...eu nem fazia ideia do que a gente iria criar juntos, não tinha ainda noção do que ela queria, qual era a finalidade das fotos e muito menos o que se passava na cabeça dela quanto ao resultado, o que se passava na vida dela e qual era a trajetória dela até ali.

Começamos a conversar – e a "stalkear" os perfis um do outro – não deu tempo de marcar um café como eu gosto de fazer antes de fotografar alguém que eu nunca vi na vida, mas o nosso papo em poucos minutos se conectou...e as ideias e a vibe do ensaio começaram a tomar forma.

Ela me contou sobre o momento dela, sobre algumas lutas internas, sobre reconhecer-se...e depois do ensaio me escreveu esse texto:

 

"Recentemente, ou nem tanto, andei regando algumas coisas que resolvi cultivar. Cactos, margaridas, amor próprio, autoestima e autoaceitação.

Recentemente, ou nem tanto, reconheci a autossabotagem em diversos aspectos da minha vida. Reconheci a minha relação não muito boa com o espelho ou com a lente da câmera. 

Nunca me senti confortável em tirar fotos e em alguns momentos, adotei o superficial ato de procurar pelo sorriso mais bonito ou pela posição ideal do cabelo, e a evitar fotos de corpo inteiro.

Mas então passei a admirar o meu sorriso sincero, que diminui o tamanho dos meus olhos já pequenos. Ainda estou trabalhando para ter o corpo que represente melhor a minha alma, e tudo bem se houver dobras em minha barriga ao me sentar.

E com tudo que andou acontecendo, resolvi me deixar ser vista para marcar essa etapa de descoberta pessoal e autoaceitação, e precisei de alguém que tivesse uma relação genuína com a fotografia." 

(Wemelly)

Uma mistura de sentimentos "me pegou"...me flagrei pensando em como sou uma pessoa diferente da pessoa que eu era há 5 anos atrás, em como sou mais feliz por ter a chance de vivenciar pequenos momentos como esse que agora irão durar pra sempre no coração da Wemelly e no meu, em como agora eu faço parte de alguma forma e em algum grau desse processo de autodescoberta dela...e em como podemos colocar nossa energia criativa em prol de boas causas – de todos os tipos e proporções, visíveis e invisiveis – à todo momento...basta estarmos atentos e abertos a isso.

Obrigado por esse dia, Wemelly.

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Caio BragaComment